Este 31 de dezembro de 2020 marca o fim da gestão de presidentes eleitos pela Mais Botafogo. Apesar de ter se desvinculado de Nelson Mufarrej semanas antes da eleição de novembro – que elegeu Durcesio Mello -, o grupo que emplacou o atual presidente e o anterior não conseguiu fazer com que o sucessor fosse eleito. Para relembrar o período que a chapa CEP/Mufarrej e Mufarrej/CEP ficou no poder, o ge separou um acontecimento de cada ano nessa retrospectiva.
2015 – Primeiro ano na Série B
Diferentemente do que vai acontecer com Durcesio Mello, a primeira gestão do Mais Botafogo assumiu o clube sabendo exatamente qual seria a realidade na temporada: a Série B. Na virada de 2014 para 2015, apenas oito jogadores eram remanescentes no time, e o futebol precisou passar por uma reformulação, que começou com as chegadas de Antônio Lopes e René Simões.
A conquista da Taça Guanabara até surpreendeu e pavimentou o caminho sem tantas derrapadas. Apesar da troca de técnicos no meio da temporada, a chegada e manutenção de Ricardo Gomes no cargo levou o Botafogo de volta para a primeira divisão com algumas rodadas de antecedência. O título da Série B também veio de forma antecipada e fez com que o clube retornasse à primeira divisão com um pouco mais de moral.

2016 – Ricardo Gomes/Jair Ventura
Quando Ricardo Gomes aceitou a proposta para comandar o São Paulo em agosto de 2016, muita gente pensou “já era para o Botafogo”, já que o treinador deixava o clube na 17ª posição ao fim do primeiro turno. Para o lugar dele, assumiu o auxiliar permanente Jair Ventura.
Filho de Jairzinho, o técnico começou a trilhar o próprio caminho no comando do time que o pai foi ídolo. Com um estilo de jogo focado nos contra-ataques – e bastante efetivo -, Jair conseguiu tirar o Botafogo da zona de rebaixamento e foi além. Na última rodada do Brasileirão, venceu o Grêmio fora de casa (mesmo lugar onde seria eliminado meses depois) e garantiu vaga na Pré-Libertadores do ano seguinte.

2017 – CT: três anos de sonho
No meio de julho de 2017, o ge noticiou pela primeira vez que o Botafogo assinou um protocolo de intenção da compra do Espaço Lonier. Ficou acordado que o CT custaria R$ 25 milhões em 360 parcelas mensais corrigidas apenas pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e foi aprovado de forma unânime no Conselho Deliberativo. O dinheiro foi emprestado pelos irmãos Moreira Salles.
Mas a realidade financeira bateu à porta e o CT – prometido para o ano de 2018 e com diversos novos prazos – até hoje não ficou pronto. A gestão de Durcesio Mello – que assume no próximo dia 4 – planeja devolver o espaço aos irmãos, já que o Botafogo pagou apenas algumas das parcelas de pouco menos de R$ 70 mil. Segundo o novo presidente, os proprietários originais saberão o que fazer com o terreno.

2018 – despedida de Jefferson
O maior ídolo recente do Botafogo se despediu no primeiro ano de Nelson Mufarrej à frente da presidência do clube. A última partida do goleiro foi contra o Paraná, em 26 de novembro, num Nilton Santos lotado. Com direito a pôster gigante, bandeirão na arquibancada e aparição surpresa da mãe, o goleiro deixou os gramados na partida de número 459 pelo clube. A vitória por 2 a 1 teve como apito final justamente um tiro de meta cobrado pelo goleiro.
– Com certeza (totalmente realizado). Você ter essas convocações e os jogos que fiz pela Seleção representar o Botafogo esses anos todos, ser o terceiro jogador que mais vestiu a camisa do Botafogo… É para poucos. Entrei realmente na história e glorifico muito a Deus por isso. Agora é ficar do outro lado torcendo por essa rapaziada – disse Jefferson na ocasião.

2019 – S/A
No meio de 2019, a ideia de transformar o Botafogo em Sociedade Anônima, transformando-o em clube-empresa, começou a criar corpo. Os irmãos Moreira Salles encomendaram um estudo para a Ernst & Young em que analisava a possibilidade de criação de uma SPE que utilizaria todos os ativos do futebol. Após a aprovação da captação no Conselho Deliberativo no fim daquele ano e a manutenção do time na Série A, esperava-se que a busca por investidores fosse mais simples do que a realidade se desenhou.
Depois de diversas datas previstas para a conclusão do projeto, além de uma pandemia no meio do caminho, o plano inicial da Botafogo S/A, capitaneado por Laércio Paiva, foi passado para Gustavo Magalhães, que assumiu a coordenação. O passo mais recente noticiado pelo ge é que o projeto está em fase de conversa com os credores para renegociação da dívida e também de registro dos fundos de investimento.

2020 – Fim do mandato com ajuda de cardeais
O último ano da gestão de Nelson Mufarrej e da Mais Botafogo foi bastante conturbado. Com dificuldade de gerar caixa por causa das penhoras e dívidas de curto prazo que o clube adquiriu ao longo do tempo, o 2020 ainda reservou a pandemia de Covid-19, que impactou a receita do clube. Por causa dessa dificuldade, o Botafogo conseguiu ficar em dia com jogadores e funcionários graças a uma decisão judicial que garantiu o pagamento dos salários à frente das penhoras.
Mas para o funcionamento de outros setores do clube foi necessário que alguns botafoguenses da diretoria tirassem dinheiro do próprio bolso para conseguir com que jogos da base e do profissional fossem realizados, por exemplo. Em entrevista no fim de outubro, o ex-presidente do Botafogo e membro do comitê de futebol que cuidou dessa área em boa parte da temporada, Carlos Augusto Montenegro, disse que o clube está falido e que precisou até comprar bolas para o time treinar. A ver como a questão operacional do dia a dia será realizada de 2021 em diante.

Agora a bola fica com Durcesio Mello. O presidente eleito, que tem como vice Vinícius Assumpção e conta com o apoio de Carlos Augusto Montenegro, coloca a a profissionalização da gestão do futebol do Botafogo como ato primordial para a sobrevivência do clube.
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Fonte: GE
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